para defender os seus domínios com a lança, mas também para governar os seus vassalos com prudência; não só para destruir inimigos, como também para extirpar vícios; e não só para ir à guerra, como também para resistir na República , mantendo em boa ordem a justiça; e assim mandai guardar inviolavelmente as vossas Leis sobre os pleitos civis, e nos criminais que se moderem; porque as severas, e rigorosas se fizeram mais terror, que para se executarem sempre, pois que os justos Deuses mais nos remuneram serviços, que castigam delitos. Não consistais que sirvam as ocupações homens ambiciosos, pois não há na República animal mais perigosos, que o que serve com a ambição de se lhes comprarem as dependências. Também deveis cuidar em que só se dêem os cargos da justiça a homens doutos, e de conhecida prudência; porque os que principiavam a exercitar as letras só tem a ciência nos lábios, e antes que acertem, perturbam a República; porque sabendo o que dizem os livros, e não o que ensina a experiência, serão bons para advogar, porém não para julgar. Os juízes, de quem se deve fiar a República, devem ser retos no que sentenciam, compassivos no que mandam, honestos no viver, sofridos nas injúrias, e comedidos nas palavras.