homens, ainda que dignos sejam? Não só são grandes, (lhe respondi) e nobres os que procedem de antiga, e preclara geração, porque também as ciências fazem grandes, e enobrecem os sujeitos; e o admitir, e engrandecer este é preciso, para inspirar a todos o amor das letras, e infundir-lhes suavemente o espírito estudioso; e destes também os tereis, mandando moços nobres, e bem instruídos para Reinos estranhos, onde se apliquem ao político, e ao militar, e assim achareis sujeitos capazes, quando vos forem precisos, usando da cautela de os mandar à vossa custa para os Reinos, que não sejam dos vossos confinantes. Na Monarquia, que é falta desta qualidade de grandes, há muitas ocasiões, em que com desaire dos nacionais se lhes conhece a falta de tais forças, pois são tão precisos os Jurisconsultos para os cargos da justiça, como os políticos estadistas para o governo no que lhes toca; porque não basta que hajam soldados para formar exércitos, é preciso também o maduro conselho para arriscar os vassalos, defender os domínios próprios, ou castigar os alheios. O homem, que é valorosos, se lhe faltar a prudência, muitas vezes se arriscará degenerando a valentia em temeridade: mas o que é prudente, e valeroso, é invencível. E não havendo aquela qualidade de sábios,