virtudes, temendo os Deuses, e obedecendo suavemente às Leis! Bem haja quem se arriscou para favorecer aos pobres, que padeciam; aos ricos, que se despenhavam, e se castigar a maldade, que florescia, oprimindo a todos, e nos tem feito amas a vida sincera, e aborrecer os vícios. Assim diziam os que haviam chorado oprimidos, e necessitados. Os soldados viviam tão contentes, que parecia desejarem a guerra para se mostrarem gratos ao seu Rei, desprezando os perigos, e sacrificando a seu respeito as próprias vidas.
Não se ouvia falar em ladrões, falsários, ou homicidas, porque os primeiros foram logo castigados, e tirada na ociosidade a primeira causas de tais efeitos: era desconhecida a afeminação, que aos homens faz indignos, desprezados os soberbos, desterrados os efeitos da ambição, e avareza, e abominada a ingratidão. Não era culpa do soberano (disse Delmetra) a desordem, que chorava o povo, mas sim dos que lhe ocultavam as luzes da verdade. Os Céus (respondeu Antionor), que sempre são providos, criam aos Príncipes com alta capacidade para reinarem; mas é tal a maldade dos homens, que com seus enganos fabricam a sua própria ruína. Anfiarau era dócil, compassivo, magnânimo, e entendido; mas a estas, e