do teu conselho (me dizia), as tuas sábias ponderações me faltam para resolver com acerto. Já te fiz saber a arrogância do soberbo Ibério; agora te digo, que me fales com liberdade, e não te lembres de algum desabrimento meu, porque deste seria causa o desprezar do mal, que eu obrara, e não do bem, que tu me aconselhavas; porque sempre conheci que os príncipes interessam mais em um sábio, que na verdade é virtuoso, que em possuir mais um Reino; pois mais conservam os bons sábios com o conselho a República, que o aumentam os valerosos com o que conquistam; e agora vejo que os que tenho sobram para afligir-me, e para o conselho me faltam; porque vivendo muitos de os dar, os acertam muito poucos. Diz-me o que entendes, pois os Deuses te infundem o melhor, e me inspiram a ouvir-te.
Eu lhe respondi: Estimo, Senhor, as mercês, com que a vossa grandeza me atende, no que me confiais; mas espero dever à vossa alta compreensão, que vos não ofenda em responder-vos, guardando as proporções à honra, com que devo obrar, pois é o mais alto bem da natureza, em cujas sagradas leis não têm império as Majestades, que sendo árbitras das vidas, e bens de seus vassalos, o não são só daquele, que a tudo