pela estreita amizade dos sujeitos! Ave inocente, que em teu suave canto passas de um a outro raminho, gozando felizmente a fresca tarde, e os cândidos orvalhos da bela Aurora, sem que o teu amor perturbe o teu descanso; fonte cristalina, que murmurando corres, ameno prado, monte alegre, bosque sombrio, e belas flores, quando vos vereis, sem que as lágrimas contínuas tirem a luz aos meus olhos? Consorte amado, queridos filhos, Belino, Antionor, ai de mim! que estrela cruel é a que sempre vai acrescentando mais causas para o meu mal? pois parece que a suave convivência das gentes degenera no meu tormento. O Júpiter poderoso, se nessa esfera luminosa tendes poder nos Deuses, e o orbe estremece com os finais da vossa vontade, como não amparais uma infeliz, que noa acha lugar no Mundo? Mandai que Minerva, como parto da nossa cabeça, e em vós mesmos gerada, encaminhe os meus passos, como já fez, livrando aos bons mortais. Eu amo em Antionor as virtudes, que nele resplandecem, e não sou nesciamente, como Narciso era de si namorado, ainda que ambos somos estímulos da desgraça, e muito semelhantes na desventura; mas em tudo quanto vejo, e quanto alcanço, encontro desassossegos, pesares,