da parte do mar, o que tinham por impraticável; e com a luz da manhã, aplicando mais diligências para verdadeira averiguação, fizeram reparo, que ali haviam ao longe várias ilhas; mas como eram distantes, não podiam divisar, se havia nelas cousa alguma, e juntamente lhes parecia que já não ouviam as ditas vozes, sem o reparo de que esta falta sucedia, quando totalmente tinha acalmado o vento, o que não obstante, se resolveram a demorarem-se ali aquela noite, para se certificarem se fora ilusão, e as tornarem a ouvir ainda antes da noite; porque refrescando a tarde, o brando Favônio as tornou a conduzir aos seus ouvidos; porém se lhes representavam mais distantes, talvez por ser mais brando o vento. Assim passaram com igual confusão; e ouvindo o mesmo todo o dia seguinte, se determinaram a buscar de aportarem àquelas ilhas, pois lhes não ocorria que de outra parte pudessem nascer as tristes vozes. Os rústicos daquela montanha tinham por delírios o que diziam terem ouvido; e muito mais, que esperassem achar gentes em tais lugares, onde diziam não haver coisa alguma, em que se alimentassem mais viventes, que algumas aves, que esperavam o que lançava o mar; mas de toda a sorte resolutos foram em uma embarcação, que remediaram,