e ficou inseparável da porta daquela casa para onde a recolheram. Arnézio, que só sabia que o gentil Belino era a belíssima Hemirena, (ainda que ignorava este nome, e mais prerrogativas dele) persuadido de uma violenta paixão, uma tarde, em que já a vontade perdida de vista o entendimento: Adorada Senhora, (lhe disse) eu sacrifício à tua beleza o domínio de meu alvedrio, e serei com grande excesso satisfeito, se me não negares a tua benigna atenção. Belino com severidade, e arrogância lhe respondeu: Os vossos sacrifícios jamais serão bem aceitos, nem podereis desculpar para com os Céus o haver assim abusado do segredo, que vos confiei, não como a homem frágil, mas sim como a quem só deve empregar-se em incensar os altares da Justiça; não vos demoreis em ver-me, porque me será menos violento o viver com os maus, que estão em caminho de pagar a sua culpa conhecida, que com os que fingindo retidão, os reveste a hipocrisia. A estas palavras se apartou dali Arnézio triste, e confuso; no dia seguinte, ainda que lhe não fez mais confissões do seu néscio rendimento, para fugir daquele perigo, se lançou Belino de uma janela com tanta felicidade que sem receber moléstia alguma, encontrando-se logo com Delmetra, (que