guerra os seus Príncipes; e que sendo mais nobre o mostrar o próprio merecimento, que contar ações alheias, também é mais sublime ornar o palácio com armas ganhadas, que a casa com escudos herdados. Isto vos digo, para que vos não vençam os embaraços, que pensais, pois não experimenta o homem tanto dano, quando a fortuna o desampara, como quando o ânimo lhe falta. Se quereis que não seja o tempo estreito, cuidai muito em reparti-lo, não tirando para vós do que tocar aos vassalos; nem vos perturbe que seja dívida o nosso trabalho; porque assim como a este é obrigada s sujeição, a fidelidade, e os bens dos povos, também não somos devedores mais, que do que permitem a nossa possibilidade, e forças.
Se o Príncipe não se descuida, o seu descanso é virtude, e não é culpa; e basta que trabalhe por acertar, e vencer as paixões próprias, para que as gentes conheçam, que quando assim desacerta, os Deuses o determinam para castigar os vassalos.
Não julgueis que só para os Soberanos não tenham limite os perigos, pois é o seu distrito o Mundo, onde todo o racional deve temê-los, mas é certo que é limitada a humana capacidade, para que um se