Hans examinou-o e disse :
— “Está doente e vai morrer porque me quis fazer mal. Não tem cura”
Em vista disso Ipirá resolveu dar o carijó ao seú amigo Abaté [1], para que o matasse e ganhasse um nome.
Varios indios que se achavam à volta do doente foram da mesma opinião.
— “Sim, ele “quer” morrer; é melhor matá-lo já”.
Hans horrorizou-se com a idéia e disse :
— “Não! Não o matem, que ele ainda poderá sarar”.
De nada valeram as suas palavras; os indios levaram-no dali a braços, porque o doente não dava mais acordo de si.
Abaté recebeu o presente, agradeceu-o e foi para dentro buscar a iverapema. Trouxe-a, ergueu-a no ar e desferiu tamanho golpe no cranio do carijó que os miolos espirraram longe.
Iam comê-lo. Hans interveio para aconselhar que não o fizessem; o carijó estava doente e sua carne poderia envenená-los.
Os indios vacilaram um instante. Estava tão feia a cara do carijó, alem do mais cego de um olho, que se sentiram repugnados.
Nisto surge de uma das cabanas um indio mais desabusado; manda que as mulheres façam fogo ao pé do cadaver e decepa-lhe a cabeça, arrojando-a para longe.
Suprimida a parte do corpo que horrorizava pelo aspecto, desapareceu a repugnancia dos indios, os quais
- ↑ Homem notavel, chefe.