prisioneiro de fato não era português, e sim de um país chamado Alemanha, cujos habitantes sempre foram amigos dos franceses. E acabou pedindo aos indios que o deixassem levar consigo.
Os indios deram-se por convencidos, mas declararam que só o deixariam ir se o pai de Hans ou seus irmãos o viessem buscar num navio cheio de machados, facas, tesouras, pentes e espelhos. Tinham-no apanhado em territorio inimigo e, pois, lhes pertencia.
Karuatá-uára procurou de novo Hans e narrou-lhe os passos que dera. Estava convencido de que os indios não o largariam de forma nenhuma.
Hans pediu-lhe pelo amor de Deus que o mandasse buscar pelo primeiro navio aportado em Iteron. Karua-tá-uára, depois de prometer-lhe isso, pediu aos indios que o guardassem cuidadosamente, até que seus parentes viessem buscá-lo. E partiu.
Enquanto se davam estes acontecimentos, os indios enfermos sararam e a vida da taba entrou no ramerrão habitual.
A volta da saude trouxe a volta da gula, e o proposito dos indios de não comerem o prisioneiro começou a fraquear. As velhas murmuravam que os franceses, afinal de contas, não valiam mais que os peros.
Hans atemorizou-se com isso, porque não tinha grande confiança no carater dos selvagens. Mas foi uma injustiça. Os tupinambás souberam cumprir o prometido, dando prova de que é mais de fiar-se num selvagem do que num rei branco como aquele Fernando o Catolico, de Espanha, que só cumpria a palavra dada quando lhe convinha.