Era sem limite a scena
Desses feroses guerreiros
A espada de Oliveiros
Lascava turco sem penna
As pancadas mais pequenas
Lascava até a cintura
Não tinha uma criatura
De todos os cavalleiros
Que investindo Oliveiros
Tivesse a vida segura.

Chegou um gigante enorme
Trasendo uma grossa lança
Disse dos pares de França
Não deixarei nem o polme
E’ra um gigante disforme
Um aspecto horrendo e feio
Parecia um grosso esteio
Chegava a vir a gallope
Oliveros deu-lhe um golpe
Lascou-o de meio a meio.

O rei turco enfureceu
Vendo do gigante a morte
Exclamou foi o mais forte
Que na turquia nasceu
Turco que nunca temeu
O mais medonho embaraço
Nunca viu um só pedaço
De sua espada ou da lança
Julgo que os pares de França
O Deus delles os fez de aço.

Pois como um só paladino
Faz semelhantes estragos!
Esses desmididos rasgos
Só sendo alfange divino
Não é poder pequinino
Que ainda esses cavalleiros
Ou elles são feiticeiros
Ou entes indiabrados
Ou foram todos gerados
Por diabos disordeiros.

O turco não acabou
A phrase que profiriu
Quando Oliveiros partiu
A um reforço que chegou
Nova lucta começou
Tornou-se um drama esquisito
Quem via ficava afflicto
Das espadas os sustinidos
Pareciam os estampidos
De trovões no infinito.