E foi ao imperador
Com a maior reverencia;
Disse com obediencia
—Esclarecidos senhores,
Eu não sou merecedor
Que cousa alguma me dê
Por isso, senhor, bem vê
Que valor tem seu captivo
Por 10 annos que te sirvo
Vim pedir-te uma mercê...

Disse-lhe o imperador:
—Pode Oliveiros dizer
Eu juro o satisfazer
Seja que pedido fôr.
Disse-lhe Oliveiros: Senhor!
Não quero cousa de mais,
Eu não serei tão capaz
Para tanto te pedir
Porem, o que quero é ir
Dar batalha a Ferrabraz.

Carlos Magno quiz faltar
Devido ao seu máo estado,
Porem já tinha ordenado
Não podia revogar.
Viu Oliveiros montar
E muito sangue sahir
Rogou-o para não ir...
Disse Oliveiros: irei
Se desfeitiando meu rei
De que me serve existir?

Não posso aqui declarar
O que era de mistér
Como ficou Regner
Vendo Oliveiros montar,
Ficou a se lastimar
Vendo os outros cavalleiros,
Elle com mil desesperos
Prostrado em terra se lança
Perdeu a ultima esperança
—De ver seu filho Oliveiros.

Regner eu não mandei
Disse-lhe o imperador
Seu filho é merecedor
E nada lhe negarei
E elle pediu-me: eu pensei
Que elle quisesse era a paz
Vejo-o doente de mais
Jurei dar-lhe o que pedia
E elle disse que queria
Ir enfrentar Ferrabraz.