piscina aos necessitados, e dando aos enfermos milagrosa saúde com o trabalho só de se lavarem em tão santas águas. Abusaram, porém, de tanta piedade, e a pedra, que até então era de pequena estatura, querendo a seu modo vingar esta injuria, cresceu tanto que, tomando todo o circuito, o tapou, deixando somente livre o ribeiro, em cujas águas ainda hoje estão depositados grandes remédios para muitas enfermidades.”
Curado o corpo, tratou Joana do curativo da alma; dirigiu-se à igreja da Senhora das Neves, onde aquela imagem, que santificara as águas do Iguape, se oferecia à contemplação dos fiéis, e ali, depois de elevaro seu espírito ao Altíssimo, viu pendente de uma das paredes da capela uma relação que nos foi conservada pelo padre Cristóvão da Costa de Oliveira, e nela leu o seguinte:
“Sendo no ano de 1647 mandados dois índios boçais e sem conhecimento da fé, por Francisco de Mesquita, morador na praia da Juréia, para a vila da Conceição, a seus particulares, acharam na praia do Una, junto ao rio chamado Piaçuna, rolando um vulto com as superfluidades do mar, a que vulgarmente chamam ressacas, e o reconhecendo, o levaram para o limite da praia, onde fazendo uma cova, o puseram de pé, com o rosto para o nascente, e assim o deixaram com um caixão e seis velas, que divisaram ser de cera do reino, e uma botija de azeite doce, as quais cousas de achavam divididas em pouco espaço do dito vulto.