Vosso nome será sempre exaltado,
Que se voas nas asas da ventura
Vosso valor o tem assegurado;
Porque nos diz a fama clara e pura
Que outro herói como vós não tem achado
Debaixo da celeste arquitetura.
São as provas reais os seguintes sonetos, que figuram nas páginas dos Júbilos da América.7
Os versos que de improviso lhe vinham da mente aos lábios e que encantavam as pessoas que mudas e silenciosas a contemplavam, já cheias de assombro, já pungidas de compaixão,8 não eram sempre feitos na língua harmoniosa que falamos; lutava e vencia a dificuldade de estranhos idiomas, e com a mesma facilidade com que improvisava na língua de Camões, recitava as suas poesias na língua de Calderón de la Barca, de Lope de Vega e de Cervantes, como demonstram as suas composições.
Foi D. Ângela do Amaral senhora instruída tanto quanto lhe permitiam as circunstâncias peculiares de seu tempo e do nosso país, e ainda mais as próprias circunstâncias excepcionais. Bela e afável reuniu as graças da poesia às virtudes cristãs com que seus pais lhe embalaram o berço, e foram o itinerário de sua vida.
Teve o caminho de sua existência inundado de trevas e juncado de espinhos, mas seu gênio mudou-lhe as trevas em luz, e transformou-lhe os espinhos em flores e apontou-lhe a aurora da posteridade!