dirigiu-se a Dom Pedro I, que no meio da preocupação da fundação do império, não se esquecia de seus poetas e mostrou desejos de conhecê-la, Dona Delfina da Cunha deixando as terras do pátrio ninho atravessou os mares e veio submeter-se à proteção do herói do Ipiranga e
Beijar a divinal mão dadivosa,
Que a vida lhe tornou menos pesada,
e alcançou da munificência imperial uma pensão pelos serviços que prestara seu pai na carreira das armas. Voltou depois a sua província, publicou as poesias oferecida às suas patrícias servindo de prólogo à modesta coleção o soneto:
Em versos não cadentes, ó leitores,
Vereis os males meus, vereis meus danos;
Da primavera as galas e os verdores
Não foram para os meus primeiros anos.
Mesmo na infância, experimentei rigores
De meus fados cruéis sempre inumanos,
Que só me destinaram dissabores,
Meus males revolvendo em seus arcanos.
Sem auxílio da luz, que o sol envia,
Versos dignos de vós tecer não posso;
Desculpe minha ousada fantasia.
Com estes cantos meus, mortais, adoço
A mágoa, que meu estro se resfria;
Se mérito lhe dais é todo vosso.