com as baionetas. A madre abadessa cruzou os braços sobre o seio ensangüentado, como se apertasse contra ele a gloriosa palma do martírio, que recebia com a sua morte, alçou os olhos para o céu, e expirou com um sorriso nos lábios.
O capelão do convento, Daniel da Silva Lisboa, respeitável pelas suas virtudes e idade, acudiu ao conflito, entrou e contemplava cheio de horror o cadáver de uma santa no meio de tanta profanação, quando recebeu também a morte na ponta das baionetas! Que pavor! O pavimento, tinto do sangue dos mártires, estremeceu, como a terra sacudida por suas comoções internas, e as abóbadas ecoaram os gritos da soldadesca, que se derramava pelos longos corredores, que profanava o asilo sagrado, onde reboavam há pouco, ao som da música grave e profunda dos santos profetas, as vozes puras das esposas do Céu, os hinos sagrados das filhas de Sião. As freiras, espavoridas fugiram, e buscaram no convento da Soledade uma guarida contra aqueles monstros, que ávido das riquezas de seu claustro, se embriagavam no saque!
A Bahia corria às armas, os brasileiros deixaram a cidade, retiraram-se para o recôncavo e sitiavam os inimigos, tendo à sua frente o tenente-coronel Carvalho e