guerras, acendendo ódios e soprando discórdias entre as tribos com o fito de lhes comprarem os prisioneiros. Em vão o Papa Paulo III declarou por uma bula, que havendo os índios nascidos para a fé como verdadeiros homens, e não estando privados nem devendo sê-lo de sua liberdade, nem do domínio de seus bens, não deviam ser reduzidos à escravidão. Que importava, porém, que o templo se erguesse levantado pelas mãos dos fiéis, que o sino bradasse do alto da torre, e majestosos sons rolando no espaço com seu convocar de paz chamassem ao grêmio do cristianismo as almas nodoadas do pecado? Que importava, que a voz do Evangelho soasse eloqüentemente com o acento da verdade e da inspiração, se a irreligiosidade se levantava como um gigante, alardeando de suas forças!
Sublime, contudo, foi a missão dos jesuítas pela mesma dificuldade de seu triunfo; mais preclara a sua vitória nascida de seus renhidos e reiterados combates. A cruz selada com o sangue do divino mártir, era a seu labro; a voz eloqüente do Evangelho eram as suas armas, e a roupeta sobreposta muitas vezes aos cilícios, que lhes maceravam as carnes, era o seu uniforme. Compreendiam e faziam-se compreender dos indígenas; por isso que estudavam a linguagem do Brasil, que chamavam grego, admirando-a por sua delicadeza, cópia e docilidade, por suave e elegante, e os ensinaram a ler. Desde então as florestas retumbaram com prédica do Evangelho, narrando