Brasil uma nova era de prosperidade, de riqueza e de liberdade, de comércio e franquia dos portos, e trouxe a iniciativa de sua independência. O braço hercúleo do gigante Ajácio dominara a revolução francesa a seu bom grado; ébrio das vitórias, que lhe conquistavam as armas de suas legiões vencedoras, Napoleão, segundo a sua própria frase, corria a cavalo toda a Europa; os séculos das gerações passadas contemplavam com admiração e espanto a sua imensa glória, e o vôo triunfante e vitorioso de suas águias imortais. Seu vulto gigantesco como que enchia o universo, e sua espada dividia os estados, traçando o seu destino no mapa político da Europa. Portugal, recusando fechar seus portos à bandeira britânica, incorreu no desagrado do rei dos reis e as legiões francesas transpuseram os Pirineus, e suas trombetas, como as de Josué, vieram ressoar às portas da velha Lusitânia. O príncipe regente previu as conseqüências de uma resistência desigual; a proteção da Inglaterra não se media em terra por si só com as armas francesas, ela apelava para o Oceano, teatro de suas glórias e piratarias, onde ostentava o seu desmensurado poder naval. O príncipe regente viu nas terras da América Meridional o refúgio seguro da monarquia bragantina, e, abandonando o sólio dos Afonsos, veio buscar o asilo, que lhe ofereciam — estas regiões do ouro e dos diamantes —, estes climas saudáveis e amenos —, estas montanhas sempre verdes, onde não ecoavam os trovões da guerra.

Embarcou a família