A história da fundação do império tem suas páginas semelhantes à história do reino; quase que se deram as mesmas eventualidades; a guerra com as repúblicas do Prata, e o movimento insurrecional de Pernambuco, com que lutou o reinado de D. João VI, tiveram suas reproduções durante o imperado de D. Pedro I; o imperador, porém, lutou com mais sérios embaraços na fundação da nova monarquia; o rei apenas tivera que copiar ou trasladar as instituições transatlânticas, e de que tão saudosas se mostraram depois as cortes portuguesas, que as chamaram para o reino por meio desses irrisórios decretos, que perdiam a sua força, passando o oceano.
A maior dificuldade dos países grandes e extensos está em bem se poderem constituir; e não são por certo as numerosas assembléias com suas intermináveis discussões de aparatosa eloqüência as mais próprias para legislar sobre leis fundamentais. Em vez de um conselho de Estado, embora de eleição popular, D. Pedro convocou a assembléia constituinte, que de legislativa passou às deliberações, que pertenciam ao Executivo; enfraqueceu-se assim o seu poder, e viu-se ele como que coagido a assumir a ditadura. Recuava, quando um erro não corrige outro erro!
A dissolução da assembléia constituinte foi uma grande falta política, que trouxe graves conseqüências; assim enquanto as províncias do Sul aderiam em suas felicitações oficiais ao ato ditatorial, as províncias do Norte levantavam