para essa missão; puseram-no à frente de cinqüenta goiases e três índios que deviam servir de línguas, e Vila Boa viu esperançosa sair para o sertão essa expedição de paz, no dia 15 de fevereiro de 1780.
Longos meses erraram esses intrépidos aventureiros pelos desertos das feras, sustentando-se da caça e de mel selvagem; procurando com sinais pacíficos os intrépidos caiapós, e dirigindo-lhes por meio de seus intérpretes, palavras cheias de paz e conciliação; repartindo com eles brindes pueris, pelos quais esperavam alcançar nada menos do que a liberdade bravia de que gozavam. Alguns dentre eles se deixaram captar de tanta benevolência e quiseram por si mesmos conhecer o grande capitão de quem tanto e tão bem lhes falavam esses aventureiros missionários, e pois decidiram-se a acompanhar a expedição até a capital de Goiás.
Vila Boa amanheceu ruidosa de alegria. O cabo da bandeira pacífica entrava à frente de sua expedição, tendo por séqüito quarenta caiapós entre homens, mulheres e crianças. Vinha na frente deles um ancião, de fisionomia nobre e agradável, guardado por seis guerreiros, com seus arcos e flechas e terríveis maças. Era o maioral de uma tribo dessa altiva nação indiana, e entre as mulheres caminhava a sua filha, trazendo um menino pela mão e uma linda criancinha às costas, sentada numa espécie de rede de cipó pendente de uma faixa que lhe cingia a cabeça.