os brindes com que devia mimosear os seus irmãos primitivos, e no dia 24 de maio de 1830 saía para o sertão com seu marido Manuel Pereira da Cruz18 e um índio e uma índia, José e Luísa, que a acompanharão sempre.19 Oito meses divagou ela pelas florestas, povoadas pelas feras; acompanhou os rios, ora descendo, ora subindo pelas suas úmidas margens; vingou montes arrepiados de rochedos, cavados de precipícios, e regressou depois à sua aldeia no dia 12 de janeiro de 1831.20
Os índios aldeados foram com danças e outras demonstrações de alegria ao seu encontro lá muito além de sua aldeia, pois tinham recebido notícias de sua aproximação pelos próprios que ela expedira no Tombador, além do rio Grande e próximo ao caminho de Cuiabá, e o presidente que se apressara em remeter-lhe alguns víveres e munições, concorreu também a esperá-la com outras autoridades no lugar.21
O seu séqüito, porém, era o menos numeroso de todos quantos vira Moçamedes em suas triunfantes entradas;22 Damiana da Cunha apoiada nos braços de seus índios caminhava vacilante; seus olhos cheios de vida estavam como que apagados e a tristeza se lhe desenhava nas faces amorenadas. Ah! Era o Anjo da Morte que pairava sobre sua cabeça, curva, inclinada para terra!
O presidente foi visitá-la, e o comandante das armas concedeu a seu marido alguns dias de licença para que pudesse velar junto de seu leito.23 Tranqüila e resignada