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CARTAS DE INGLATERRA

Em historia, biographia, critica, as listas bibliographicas vêm riquissimas... Emfim, ao que parece, é uma formidavel e grandiosa estação de livros. Aos romances, nem alludo: montões, montanhas — e monturos!

Uma pastora meio-selvagem das Ardennes, que nunca vira outro espectaculo mais grato ao seu coração do que as cabras que guardava, foi um dia trazida das suas serranias a Pariz, quando no boulevard passava, com a tricolor ao vento, um regimento em marcha. A pobre donzella fez-se branca como a cêra, e só poude murmurar n’uma beatitude suprema:

— Jesus! tanto homem!

Eu sei que estou aqui fazendo o papel ridiculo d’esta pastora, e balbuciando, com a bocca aberta, como se chegasse tambem das Ardennes:

— Jesus! tanto livro!

Mas não é este grito, como o da pastora, natural?

O beduino do deserto d’Oeste, que, passando a Serrania Lybica, avista pela primeira vez, immenso, lento, enchendo um valle, o rio Nilo, exclama espantado:

— Allah! tanta agua!

A agua é a sua preoccupação: todas as tristezas das areias que habita vêm da falta da agua: mais