de paysagem, de um vaporisado azul, com alguma torre d’Abbadia coberta de heras, que surge d’entre robles, ou uma rica avenida de parques, onde se entreveem vestidos claros correndo sobre as relvas, ou a historica architectura de um castello, de bandeira feudal na torre, que de repente apparece n’uma elevação, com os seus terraços de marmore escuro, os grandes prados onde pastam ou repousam os animaes de luxo, os faiscantes meandros do rio entre a verdura e sons tristes de trompa, vindos da profundidade dos arvoredos...
D’aqui a dias, porém, por collina e valle, só haverá a triste nevoa humida que dura mezes, ou a neve redemoinhando ao vento...
Esta monotonia, que começa escurecendo os campos desde novembro, vae causar este anno uma innovação excellente nos costumes sociaes da Inglaterra. Vae haver, de dezembro a maio, uma estação d’inverno em Londres.
Como sabem, Londres só é habitado desde os começos de maio até aos primeiros dias quentes de agosto. O resto do anno, Londres é a cahida Palmyra ou a tenebrosa planicie do deserto da Petrêa. Ficam lá, é verdade, entre tres a quatro milhões de humanidade: mas é uma humanidade subalterna, feita de barro villão, sem valor social em Inglaterra: é a humanidade que não tem castellos, nem parques