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CARTAS DE INGLATERRA

ella todos os dias endireita com os dedos: e assim póde ficar depositado n’um espirito de creança um justo horror da guerra.

As lições moraes que se dão d’este modo são innumeraveis, e tanto mais fecundas quanto sahem da acção e da existencia dos sêres que ella melhor conhece — os seus bonecos.

Depois vêm ainda outros livros para os leitores de doze a quinze annos: popularisações de sciencias; descripções dramaticas do universo; estudos captivantes do mundo das plantas, do mar, das aves; viagens e descobertas; a historia; e, emfim, em livros de imaginação, a vida social apresentada de modo que nem uma realidade muito crúa ponha no espirito tenro securas de misanthropia, nem uma falsa idealisação produza uma sentimentalidade morbida.

É no Natal, principalmente, que esta litteratura floresce. As lojas dos livreiros são então um paraizo. Não ha nada mais pittoresco, mais original, mais decorativo, que as encadernações inglezas; e as estampas, as côres leves e aguadas, offerecem quasi sempre verdadeiras obras d’arte, de graça e d’humour.

Não sei se no Brazil existe isto. Em Portugal, nem em tal jámais se ouviu fallar. Apparece uma ou outra d’essas edições de luxo, de Pariz, de que fallei, e que constituem ornatos de sala. A França