seguido d’uma plébe tumultuosa, prégando a destruição d’essas instituições consagradas á fundação de uma nova ordem social sobre a ruina d’elas e, segundo a expressão legal, excitando o odio dos cidadãos contra o Governo? Evidentemente puni-lo.
Pede-o a lei, a ordem, a razão de Estado, a salvação publica e os interesses conservadores. É justamente o que a Allemanha, com muita razão, faz aos seus socialistas, a Karl Marx e a Bebel. Ora, estes maus homens não querem fazer na Allemanha contemporanea uma revolução, de certo, mais radical que a que Jesus emprehendeu no mundo semitico. É verdade que o Nazareno era um Deus: para nós, certamente, humanidade privilegiada, que o soubemos amar e comprehender: — mas em Jerusalem, para o doutor do templo, para o escriba da lei, para o mercador do bairro de David, para o proprietario das cearas que ondulavam até Bethlem, para o centurião severo encarregado da ordem — Jesus era apenas um insurrecto.
E se Bismarck estivesse de toga, no pretorio, sobre a cadeira curul de Caiphás, teria assignado a sentença fatal tão serenamente como o dito Caiphás, certo que n’esse momento salvava a sua patria da anarchia. Os conservadores de Jerusalem foram logicos e legaes, como são hoje os de Berlim, de S. Petersburgo ou de Vienna: no mundo antigo,