E esta dúvida o apoquentava.

— Ora adeus! disse. — A ocasião havia de chegar!...

Veio-lhe, porém, uma tentação aguda de subir ao n.º 8.

— Que mal podia vir daí?... O marido com certeza estava dormindo!... Que poderia acontecer?...

Levantou-se resolvido; mas as vidraças do quarto do tal médico, que só aparecia de quando em quando, acabavam de iluminar-se.

— Olá!... considerou Amâncio, detendo-se. É o n.º 11?

Por detrás dos vidros havia cortinas de cassa; nada se podia ver para dentro, apenas duas sombras difusas projetavam-se na cambraia, ora aumentando, ora diminuindo. Amâncio deixou-se ficar onde estava, mordido já de curiosidade.

Daí a uns dez minutos, pela escadinha do fundo, desciam cautelosamente, um sujeito alto, todo de escuro e mais uma mulher gorda, de enorme chapéu, cujas abas lhe caíam sobre os olhos, ensombrando-lhe o rosto.

Vinha um atrás do outro, porque a escada era estreita. Atravessaram a chácara, falando em voz baixa, e entraram no corredor.

Amâncio acompanhou-os, de longe, e tripetrepe.

A porta da rua estava aberta, como de costume; um carro esperava pelos dois lá fora; o cocheiro dormia na boléia. O sujeito do n.º 11 deu a mão à mulher das grandes abas, ajudou-a a entrar na carruagem e, em seguida entrou também. O cocheiro fechou sobre eles a portinhola, sem lhes dar palavra, depois saltou para o seu posto e tocou os animais.

— E que tal?... interrogou Amâncio de si para si, quando os viu partir.

Lembrou-se então do que lhe dissera o velhaco de Coqueiro por ocasião de mostrar-lhe a casa: "Quanto a