ao menos disfarçavam a vigilância em que a trazia; andavam todos eles, desde a velha até o pequeno, a fariscar os passos, descaradamente empenhados em afastá-la o mais possível de Amâncio. — Súcia de bandidos!
Com efeito, nunca mais lhe foi possível até aí fazer ao rapaz uma outra visita noturna. Mas, justamente no dia em que se arejou o quarto, estava Amâncio estendido na cama, a reler um esfacelado volume de Alencar, quando de repente se abriu a porta e Lúcia surgiu, aflita e apressada, correndo para ele num formidável alvoroço.
Seriam mais de onze horas da noite e a família de Coqueiro estava já recolhida.
Amâncio assustou-se com a visita, mas nem por isso a estimou menos.
Quis, antes de tudo, saber que terrores eram aqueles.
— Que diabo havia acontecido? — Mas se alguma coisa ruim acabava de suceder, era, com certeza, por castigo, que ela estava uma ingrata muito grande; já não aparecia aos infelizes; naturalmente tinha medo das bexigas!...
— Oh! não! não! vozeou a ilustrada senhora, agarrando-lhe ambas as mãos com transporte. — Não! Tudo que vier de ti, Amâncio! tudo que te pertence e te diz respeito é bom e sublime para mim!
E correu de novo à porta, certificou-se de que a casa estava bem sossegada, e tornou para junto do estudante, apalpando dos lados e circunvegando olhares inquietos.
Sabino já se havia esgueirado discretamente pelo corredor; enquanto o senhor-moço, ainda meio aturdido com a agressão melodramática de que fora vítima, apanhava, uma por uma, as folhas do Alencar, que se tinham espalhado aos pés da cama.