— Sim!... retrucou a rapariga ironicamente. — Também acho bom, mas moro longe! — De um, quando mais não seja, sei eu, por quem o tal "anjo de pureza" seria capaz de dar uma perna ao diabo! E olha que, se ainda não a deu, foi porque ainda não teve ocasião para isso! vontade não lhe falta! Ele que se apresentasse e veríamos!

Amâncio quis logo saber quem era o sujeito.

— Um tipo! Não o conheces.

— Mas como se chama?

Amélia, depois de alguma hesitação, confessou. — Era Sousa Antunes... Aí tinha!

— Que Antunes, homem! Aquele sujeito da Câmara. Alto, de cavanhaque, aquele de castor branco, que uma vez encontramos nas regatas, em Botafogo.

— Ah!... Já sei, já sei...

E Amâncio procurou disfarçar a sua contrariedade, fingindo que se abismava na leitura. E parecia muito preso à página, enquanto, aliás, o seu pensamento buscava descobrir no tipo de Sousa Antunes os atrativos que cativaram a mulher de Campos. — Impossível! O tal Antunes era um viúvo talvez de quarenta anos, pai de filhos, e vulgar, sem talento de espécie alguma, vivendo de um ordenado oficial de secretaria, nem tendo, ao menos, qualidades físicas que inspirassem paixão a qualquer mulher, quanto mais àquela! aquela que não pôs dúvida em lhe atirar com uma recusa pelas ventas!...

— Não! Isso deve ser história!... considerou ele em voz alta.

— Qual história, o quê! retorquiu logo Amélia. — É louca por ele! Quando o avista, fica tonta! Eu vi! (E arregalou um dos olhos com o dedo.) Ainda outro dia, no São