Era um rosário extravagante; havia contas de todos os matizes e de todos os feitios.

Entre elas, porém, só três se destacavam, três belas contas de marfim: a filha mais velha do Costa Lobo, a mulher de um comendador, amigo de seu pai, e uma viúva de um oficial do Exército.

E só. Todas as suas outras conquistas não valiam nada; de algumas tinha, contudo, bem boas recordações: a Francisca de Vila do Paço, por exemplo — uma caboclinha, que se apaixonou por ele e vinha persegui-lo até à cidade, uma espanhola, mulher de um tipo barbado e calvo, que andava a mostrar figuras de cera pelas províncias do Norte, uma senhora gorda, amasiada com um boticário, da qual elogiavam muito as virtudes, mas que um dia atirou-se brutalmente sobre Amâncio, dizendo que o amava e trincando-lhe os beiços.

E como estas, outras e outras recordações foram-se enfiando e desenfiando pelo espírito sensual e mesquinho do vaidoso, até deixá-lo mergulhado na apatia dos entes sem ideais e sem aspirações.

Mas, já não queria pensar nesses amores da província; tudo isso agora se lhe afigurava ridículo e acanhado. A Corte, sim! é que lhe havia de proporcionar boas conquistas. "Ia principiar a vida!!"

E, nessa disposição, chegou ao Rio de Janeiro.