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expressões correlatas differem na desinencia; como por exemplo o conhecimento he-o do conhecido; e o conhecido he-o do conhecimento: a sensação he-o do sentido; e o sentido he-o da sensação.

51. Exemplo: Se se diz que a asa he da ave; nem por isso se póde dizer reciprocamente que a ave he da asa. Porque não tem entre si analogia (grammatical) as duas expressões: asa da ave; porquanto não he por se dizer ave, que se diz ser della a asa; mas porque se diz alada: sendo assim que ha asas de muitas outras coisas, que não são aves. De modo que se se desse o nome analogico, então haveria reciprocidade; a saber: asa he asa de alado: e alado refere-se a asa.

Mas ás vezes seria necessario formar hum nome analogico, quando o não ha apropriado. Exemplo: Se se tratasse do leme de huma embarcação, não seria analogico o nome de leme: porque não he por ella se chamar embarcação, que ao leme se lhe chama assim; pois que ha embarcações, que não tem leme; e por isso não ha reciprocidade entre aquellas duas expressões: nem se diz de huma embarcação que he embarcação de tal leme. Seria porém analogico o nome, se se dissesse ser o leme de hum alemeado, ou outra expressão semelhante; mas não existe esta, nem outra alguma expressão cognominada; que se existisse, então haveria reciprocidade; porque se diria ser o alemeado do leme. O mesmo he de outras expressões, como por exemplo fallando-se de cabeça seria mais analogico dizer cabeça de hum capita-