Creámos assim um pequeno mundo, unicamente nosso; depositámos n’elle todas as bellas reminiscencias de nossas viagens, toda a poesia d’essas ruinas seculares em que as gerações que morrêram fallam ao futuro pela voz do silencio: todo o enlevo d’essas vastas e immensas solidões do mar, em que a alma, dilatando-se no infinito, sente-se mais perto de Deos.
Trouxemos das nossas peregrinações um raio do sol do Oriente, um reflexo da lua de Napoles, uma nesga do céo da Grecia, algumas flôres, alguns perfumes, e com isto enchêmos o nosso pequeno universo.
Depois, como as andorinhas que voltam com a primavera para fabricar o seu ninho no campanario da capellinha em que nascêram, apenas ella recobrou a saude e as suas bellas côres, viemos procurar em nossa terra um cantinho para esconder esse mundo que haviamos creado.