10
J. de ALENCAR

abandonado a mão, que apertava respeitosamente.

De repente veio-me uma idéa. Si fosse feia! si fosse velha! si fosse uma e outra cousa!

Fiquei frio, e comecei á reflectir.

Esta mulher, que sem me conhecer me permittia o que só se permitte ao homem que se ama, não podia deixar com effeito de ser feia e muito feia.

Não lhe sendo facil achar um namorado de dia, ao menos agarrava-se á este, que de noite e ás cegas lhe proporcionára o acaso.

É verdade que essa mão delicada, essa espadua avelludada... Illusão! Era a disposição em que eu estava!

A imaginação é capaz de maiores esforços ainda.

N’esta marcha, o meu espirito em alguns instantes tinha chegado á uma convicção inabalavel sobre a fealdade de minha vizinha.

Para adquirir a certeza renovei o