ao Guarany no folhetim do Diario; si meu gosto não se voltasse então para o theatro. De outra vez fallarei da feição dramatica de minha vida litteraria; e contarei como e porque veiu-me essa fantazia. Aqui não se trata senão do romancista.
Em 1862 escrevi Luciola, que edictei por minha conta e com o maior sigillo. Talvez não me animasse á esse comettimento, si a venda da segunda e terceira edição ao Sr. Garnier, não me alentasse a confiança, provendo-me de recursos para os gastos da impressão.
O apparecimento de meu novo livro fez-se com a etiqueta, ainda hoje em voga, dos annuncios e remessa de exemplares á redacção dos jornaes. Entretanto toda a imprensa diaria resumiu-se nesta noticia de um laconismo esmagador, publicada pelo Correio Mercantil: «Sahiu à luz um livro intitulado Luciola.» Uma folha de caricaturas trouxe algumas linhas pondo ao romance taxas de francezia.
Ha de ter ouvido algures, que eu sou um mimoso do publico, cortejado pela imprensa, tareado de uma voga de favor, vivendo da falsa e ridicula idolatria á um nome official. Ahi tem as provas cabaes; e por ellas avalie dessa nova conspiração do despeito que veiu substituir a antiga conspiração do silencio e da indifferença.