Para publicar Iracema em 1869 fui obrigado á edictal-o por minha conta; e não andei mal inspirado pois antes de dois annos a edicção extinguiu-se.
De todos os meus trabalhos deste genero nenhum havia merecido as honras que a sympathia e a confraternidade litteraria se esmeram em prestar-lhes. Alem de agasalhado por todos os jornaes, inspirou á Machado de Assis uma de suas mais elegantes revistas bibliographicas.
Até com sorpresa minha atravessou o oceano, e grangeou a attenção de um critico illustrado e primoroso escriptor portuguez, o Sr. Pinheiro Chagas, que dedicou-lhe um de seus ensaios criticos.
Em 1868 a alta politica arrebatou-me ás lettras para só restituir-me em 1870. Tão vivas eram as saudades dos meus borrões, que apenas despedi a pasta auri-verde dos negocios de estado, fui tirar da gaveta onde a havia escondido, a outra pasta de velho papelão, todo rabiscado, que era então a arca de meu thezouro.
Ahi começa outra idade de author, a qual eu chamei de minha velhice litteraria, adoptando o pseudonymo de senio, e outros querem seja a da decrepitude. Não me affligi com isto, eu que, digo-lhe com todas as veras, desejaria fazer-me escriptor posthumo, trocando de boa vontade os favores do presente pelas severidades do futuro.