I
Meu amigo,
Na conversa que tivemos, ha dias, exprimiu V. o desejo de colher acerca da minha peregrinação litteraria, alguns pormenores dessa parte intima de nossa existencia, que geralmente fica á sombra, no regaço da familia, ou na reserva da amizade.
Sabendo de seus constantes esforços para enriquecer o illustrado author do Diccionario Bibliographico, de copiosas noticias que elle difficilmente obteria á respeito de escriptores brazileiros, sem a valiosa coadjuvação de tão erudito glossologo; pensei que me não devia eximir de satisfazer seu desejo e trazer a minha pequena quota para a amortização desta divida de nossa ainda infante litteratura.
Como bem reflexionou V., ha na existencia dos escriptores factos communs, do viver quotidiano, que todavia exercem uma influencia notavel em seu futuro, e imprimem em suas obras o cunho individual.