— Com a tesoura! — respondia ella quanto mais elle lhe batia.
Por fim, o homem desesperado, deitou-a ao poço, e como ella já não podia fallar com a cabeça debaixo de agua, ainda fazia com os dedos da mão, que estava de fóra, o gesto imitando as pernas da tesoura cortando.
(Porto.)
Um estudante queria comer sem pagar, e andando uma vez á tuna foi parar a casa de uma estalajadeira, onde pediu tudo o que lhe apeteceu. Depois de bem comido, tratou de se safar, e propoz á estalajadeira que lhe ensinaria um jogo novo muito bonito.
— Então como é o jogo?
Disse-lhe o estudante:
— Segure n'este novello, e deixe-me a ponta da linha porque é o jogo do Pira. Ora veja como é que se joga.
Elle começa a puchar a linha, andando de costas para a porta, e a dizer: Pira, pira, pira. Foi saindo e assim que se apanhou na rua, bota a correr dizendo: Pira por aqui abaixo. E ninguem mais o apanhou.
(Porto.)
Era uma vez uma mulher, que era casada e tinha um amigo, e quando o marido ia para o trabalho mandava chamar o amigo. Passou um pequeno, e ella disse-lhe:
«Oh rapaz, que és mui malino,
Queres-me ir a um recadinho?