philologos e mythographos, desconhecendo esta transição natural dos systemas religiosos, assim como foram levados ao absurdo de affirmar a existencia de um monotheismo inicial da humanidade, tambem collocaram o campo de elaboração dos Contos exclusivamente no período da actividade mythica do polytheismo, e de um modo indistincto sem observarem se esse polytheismo era semitico ou árico, porque fazem entre si profundas differenças. Por isto se vê que o problema das raças é tambem indispensavel para a intelligencia dos Contos; a não consideração d’este dado fez com que derivassem os Contos europeus directamente da India, sem discriminarem o elemento que compete ás raças negroides, Kuchitas e Dravidicas, e ás raças amarellas, quer as da Alta Asia, quer as que precederam os Arias na occupação da Europa. Se ainda hoje existem usos e superstições dos periodos ante-historicos da humanidade e das raças ante-historicas da Europa, porque se não terão conservado alguns contos? As lendas das cidades arrasadas, está hoje demonstrado que derivam da tradição das cidades lacustres. Os anões habilidosos, que possuem riquezas, são o vestigio das populações metalurgicas mongoloides, como os Calybes e os Dactylos; os Peixes salvadores, do maravilhoso popular, levam-nos para esse mundo accadico, como as Serpentes beneficas, que se transformam em donzellas ou em principes, pertencem ao pantheon kuschito-semita. Os themas dos contos estão muito confundidos; importa separar-lhes os seus elementos constitutivos pelos dados da ethnographia e da hierologia, e por este processo é que nos apparecerão como uma concepção mythica, que começa no animismo, até chegarem á edade actual exprimindo situações modernas e histori-