— Pois se a menina me promette que no dia do casamento me hade chamar tres vezes sua tia, o linho hade apparecer fiado.

A pequena prometteu que sim, e olhando para dentro de casa deu com o linho remexido e prompto.

A mãe foi buscar mais outra pedra de linho, e repetiu-se o mesmo caso; até que passou uma terceira velhinha que lhe fez tudo com a mesma promessa. O commerciante sabendo d’aquella habilidade quiz ver a rapariga, achou-a bonita e esperta e quiz casar com ella; a mãe ficou bem contente porque o noivo era muito rico. O commerciante mandou-lhe um grande presente, com muitas rocas e fusos, para que quando casassem, as suas criadas todas fiassem. No dia do casamento fez-se um grande jantar, e todos os seus amigos assistiram; quando estavam á mesa bateu á porta uma velhinha:

— Ai! é aqui que móra a noiva?

— Entre minha tia; sente-se aqui, minha tia; coma alguma cousa, minha tia.

Ficaram todos pasmados de verem uma velha tão corcovada com um nariz muito grande. Mas calaram-se. Instantes depois, bateram á porta; era outra velhinha:

— É aqui que móra a noiva que se casou hoje?

— É, minha tia; entre, minha tia; jante comnosco, minha tia.

A velha sentou-se e todos ficaram pasmados do grande aleijão que ella tinha nos queixos. Mas continuaram a jantar. Bateram outra vez á porta; era outra velhinha, que fez a mesma pergunta.

— Ora entre, minha tia; cá a esperavamos, minha tia; hade jantar comnosco, minha tia.

Tambem não causou menos pasmo esta velha toda corcovada e com as costellas embicadas para fóra; mas d’esta vez os curiosos, principalmente o noivo, perguntaram porque tinham aquellas tias tamanhos aleijões.

Disse a primeira: