a perfidia do homem as arrasta, nunca o amor deixou de as redimir.
Para ellas o amor não é a perdição, é o resgate!
Vêde Marion, a cortezã incredula, a serpente de enganosas caricias, que um sentimento verdadeiro purifica e exalta, e que d’elle recebe uma nova e mysteriosa virgindade! Vêde Eponine, a filha das lamas de Pariz, a quem um olhar de Marius inocula o amor, o sacrificio, a abnegação e a heroicidade!
Mas — contradicção á primeira vista inexplicavel e que no fundo tem talvez uma significação sublime — o amor que transfigura e santifica e illumina as peccadoras, torna egoistas, torna ingratas as puras!
Eponine immola-se, porque ama, e Cosette, porque ama, esquece tudo que não seja o seu amor, e com a mesma pequena mão com que abre a Marius os paraisos inacessiveis enterra o punhal no seio de João Valjean!
Marion, de Magdalena impudica e triumphante, levanta-se Magdalena arrependida e piedosa, e Esmeralda não tem a esmola, a caridade de um sorriso bom para Quasimodo!
Porque?
Ah! é que umas são a ignorancia na sua perfeição