— Não, não venho tratar da valla; eu venho
Tratar de coisa muito mais nociva,
E por cuja extincção muito me empenho,
E hei de empenhar-me creia, emquanto viva,
A coisa não depende
Da Mun’cipalidade,
Mas do senhor, — entende?
— Para falar verdade,
Naõ entendo, — Meu caro, eu poderia
Escrever-lhe uma carta,
Que não assignaria;
Mas sou digno de haver nascido em Esparta:
Acho as cartas anonymas infames,
E uma infamia jámais commetteria,
Embora me expuzesse a mil vexames. —
Depois desse preambulo,
O Vilella ficou pasmado e mudo;
Parecia um somnambulo.
O outro continuou, grave e sisudo:
— O senhor é casado,
Ou, si o não é, parece, — pelo menos
Vive na sua casa acompanhado
De uma senhora e de mais dois pequenos. —
— Mulher e filhos meus, disse o Vilella. —
— Abra o olho com ella!
Quando o senhor não está, vae visital-a
Um janota, e, reflicta,
Não é de cerimonia essa visita,
Pois não lhe abrem a sala... —