AS VISINHAS
 
I


O Felizardo tinha,
Havia um mez apenas,
Uma formosa e languida visinha,
Flôr da flôr das morenas,
Por quem se apaixonára
Desde o momento em que lhe viu a cara.
A’ janella sósinha,
Nunca a pilhou, mas sempre acompanhada
Por uma quarentona
Rochunchuda e anafada.

Quem seria a matrona
Elle ignorava, mas, na visinhança,
Tendo indagado, soube, sem tardança,
Que das duas visinhas
Uma era a filha e outra a mulher do Prado,
Velhote apatacado,
Que a vender gallos, a vender gallinhas,
E outros bichos domesticos, vivia