A ESCRAVA
 

Eu nasci lá na fazenda
De uma negra e do feitor.
Vim pequena para a côrte,
Trazida por meu senhor,
E eu era em casa guardada
Como joia de valor.

Minha pobre mãe — coitada!
Deixei-a ficar na roça;
Tinha saudades da filha,
Mas, com medo de uma coça,
As lagrimas escondia
Na solitaria palhoça.

Foi na palhoça que um dia
Meu pae irritado entrou,
E lhe bateu com o chicote...
Que ella dormisse julgou,
Desgraçada mãe, que mesmo
Depois de morta apanhou!