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CONTOS BRASILEIROS


Lançou ao chão e fez em mil pedaços
Uma infeliz moringa;
Sahiu de casa, e da mulher infida
Se separou definitivamente.

Só depois de tres mezes, convencida
Ella ficou de que o marido ausente
Nunca mais voltaria. O Souza, o amante,
Que, esperando tambem que elle voltasse,
Não contava com esse desenlace,
Teve, de então por diante,
Que aguentar — pobre Souza! — aquella carga
Que jámais figurou no seu programma.
Não larga um cavalheiro a sua dama.
Quando, por causa delle, o esposo a larga.
Foi cavalheiro o Souza.

Tu farias, leitor, a mesma cousa,
Si estivesses no rol desses peraltas
Mettidos em cavallarias altas,
E um dia fosses, como um sevandija,
Apanhado co’a bocca na botija.

O desditoso Secundino Arantes
Nunca mais teve um’hora de ventura;
Elle, tão ledo, tão alegre d’antes,
Só desejava agora a sepultura;
Si coragem tivesse,
Ou si soubesse
Onde ir buscal-a,