A TOALHA DE CRIVO
209
Maria tambem não chora
E a todo o instante começa
A repetir a promessa
Que fez a Nossa Senhora.
Uma sinhá caridosa
O mimoso anjinho beija
E deita-o n’uma bandeja
Cheia de folhas de rosa.
A bandeja é collocada
Depois no centro da meza,
E vem uma véla accesa,
Pelo vigario mandada.
Hirto, branco, ensanguentado,
Com o seu resplendor de prata
Os corações arrebata
Um Christo crucificado.
E da viuva o olhar fixo
A todos estar parece
Acompanhando uma prece,
Cravado no crucifixo.
Mas de repente expectora:
— Se vejo este anjinho vivo,
Tem uma toalha de crivo
Tua Mãe, nossa Senhora!
12.