Co’um janota caolho,
Que entrára ha porco e lhe piscara um olho,
O unico olho que possue — coitado!
Fica a velha de orelha
Em pé, e logo enruga
A branca sobrancelha,
E incha, como incha a negra sanguesuga
Que o Zeferino aluga.
A moça não se importa,
E dirige ao rapaz, leviana e franca,
Peccaminoso olhar de enxova morta,
Que o enleva e transporta,
E suspiros estridulos lhe arranca.
Mas as damas chegaram
Ao seu destino. Ambas se levantaram.
A moça faz um signal
Ao conductor, que repara,
E, com o choque especial
Que produz sempre o bonde quando pára,
Cáe o moça sobre a velha,
Que estava olhando de esguelha;
Cáe a velha sobre o moço;
Cáe o moço sobre mim!
Que alvoroço!
Que chinfrim!
Sairam todos tres. Fiquei pisado,
E ancioso por saber se o resultado