E embarcar tudo quanto possuia
Numa especulação muito arriscada,
Que polymillionario o tornaria,
Ao não deixar, como deixou, sem nada.
Obrigado a ausentar-se da cidade,
Para ver se arranjava alguma coisa
Elle deixou a esposa
E foi tratar da vida.
Na verdade,
Constante era o Solano,
Que um feroz desengano
Tivera um dia e que esperou, paciente,
Com insolito affinco,
Imperturbavelmente,
Até os cincoenta e cinco
Occasião azada
Para apanhar a presa cobiçada.
Apanhou-a, afinal, e — quem diria? —
Foi o dinheiro que venceu!
Vivia
Ainda a preta velha, a ama de Rosa,
Que, ao vel-a desta vez cair mais fundo,
Ficou tão furiosa
Que parecia pôr abaixo o mundo.
Rosa, porém, fazendo uma careta,
Lhe disse: — Ora, mãi preta!
Foi uma coisa de bem pouca monta...
Elle é tão velho que não entra em conta!