O CHAPEO
 

O Ponciano, rapagão bonito,
Guarda livros de muita habilidade,
Possuindo o invejavel requesito
De uma calligraphia
A mais bella, talvez, que na cidade
E no commercio havia,
Empregou se na casa importadora
De Praxedes, Couceiro & Companhia,
Casa de todo Maranhão credora,
Que, além de importadora, era importante,
E, si quebrasse um dia,
Muitas outras comsigo arrastaria.

Do commercio figura dominante,
Praxedes, socio principal da casa,
Tinha uma filha muito interessante.
O guarda livros arrastava-lhe a asa.

Começára o romance, o romancete
N’um dia em que fez annos
E os festejou Praxedes co’um banquete,
N’um bello sitio do Caminho Grande,
Sob os frondosos galhos veteranos
Que secular mangueira inda hoje expande.