Em todo o pretendente achava prosa,
Prosa vil, prosa chata; nenhum era
O noivo ideal que ella sonhava anciosa.
E, assim, correndo atraz de uma chimera,
A formosa romantica da vida
Passava a fugitiva primavera.
Sempre de uma alva tunica vestida,
Solto o cabello que lhe aos pés chegava,
E em longa scisma hysterica perdida,
Si, ao luar, no jardim, noctivagava,
Si se sentava extatica num banco,
Uma visão phantastica lembrava.
Certo gaiato irreverente e franco,
Que em toda a gente honrada nomes punha,
Um dia lhe chamou Phantasma branco,
E pegou essa alcunha.
Desesperava Arruda, a toda a hora,
De ver um dia a moça enfim casada,
Principalmente agora
Que era a um phantasma branco equiparada,
Quando em noite de luar foi despertado
Pela voz de um tenor desoccupado,