DESEJO DE SER MÃE
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O noivo era hediondo... Eu sou suspeito,
E receio, confesso, que os leitores
Imagine que falo por despeito
Do odioso ladrão dos meus amores.

Embora! — o noivo era hediondo e tolo;
Gastronomo, pansudo e já grisalho,
Não valia (e foi esse o meu consolo)
Quanto eu valia e mesmo quanto valho.

Tinha dinheiro, muito bom dinheiro;
Casas no campo, casas na cidade;
Mas o rifão lá diz — e é verdadeiro —
Que o dinheiro não faz a f’licidade.

Eu não trocára por um palacete
A leda estancia aberta á luz do dia,
O risonho e garrido gabinete
Onde os meus versos lyricos fazia!

Não dava pela rutila commenda,
Que o indigno rival trazia ao peito,
A flôr que um dia — melindrosa prenda! —
No frak ella me poz com tanto geito!

IV

O casamento fez-se quatro mezes
Depois da horrenda scena já descripta.
Festas assim succedem poucas vezes!
Nunca vi uma boda tão bonita!