Um dia Estevão Soares foi convidado para um baile em casa de um velho amigo de seu pai.

A sociedade era luzida e numerosa; Estevão, embora vivesse muito arredado, achou alli grande numero de conhecidos e conhecidas. Não dansou; vio, conversou, rio um pouco e sahio.

Mas ao entrar levava o coração livre; ao sahir trouxe n’elle uma flecha, para fallar a linguagem dos poetas da Arcadia; era a flecha do amor.

Do amor? A fallar a verdade não se póde dar este nome ao sentimento experimentado por Estevão; não era ainda o amor, mas bem póde ser que viesse a sêl-o. Por emquanto era um sentimento de fascinação doce e branda; uma mulher que lá estava produzíra n’elle a impressão que as fadas produzião